Barbinha de Telheiras 1 // Barbinha de Telheiras 2
Barbinha de Telheiras 1
A Barbinha de Telheiras
Elegante quanto baste
Esbelta e sem olheiras
Adora fazer o contraste
É betinha com maneiras
A falar não diz asneiras
A Barbinha de Telheiras
De minissaia travada
Como ela antes andava
Com sua unha encravada
Mais travadinha ficava
Era uma grande maçada
Hoje em dia está tratada
A Barbinha de Telheiras
Já não anda engessada
E não está atrapalhada
Completamente virada
Detesta agora ser beta
E não quis ficar pasmada
Porque é maior de idade
Quer circular na cidade
Numa postura correta
Em completa liberdade
Decidiu ser uma atleta
Já anda de bicicleta!
Barbinha de Telheiras 2
A Barbinha de Telheiras
Quando ainda era bebé
Começou por gatinhar
Antes de andar em pé
Depois sempre sentada
Para parecer sofisticada
Começou a pouco e pouco
A ficar mais entrevada
Dizia estou já estafada
Nasci já muito cansada
E não quero fazer nada
De casa já não saía
E não subia a escada
Estava tão desesperada
Que logo duma assentada
Decidiu ser reciclada
Devagar, devagarinho
A saltar de pé-coxinho
Começou por caminhar
E já faz a caminhada
Já gosta de andar a pé
Do longe faz-se mais perto
Mesmo a andar no deserto
A Barbinha de Telheiras
Até já salta barreiras !
Poemas e ilustrações da autoria de Luís Ferreira
(carregar nas imagens para aumentar)
Luís Ferreira é Sociólogo, vive em Telheiras há mais de trinta anos, gosta de pintar e de escrever, é aposentado e é horticultor no Parque Hortícola de Telheiras.