Comentários a dois artigos do Dr. Mário Soares
O grande político e cidadão que é o Dr. Mário Soares, em dois artigos que escreveu no Diário de Notícias, em 7 de Janeiro de 2014, e no Público, em 30 de Maio de 2014, abordou entre várias temáticas, duas ideias que chamaram a atenção do homem comum que eu sou.
Assim no primeiro daqueles dois artigos opina que Igreja Católica deve ao Partido Socialista ter-se tornado mais aberta. A minha visão da questão e experiência pessoal leva-me a acrescentar algo mais. Reconhecendo ao P.S. um papel de apaziguamento das tensões criadas, a seguir ao 25 de Abril, por certas forças políticas, de estabilização do processo democrático, de promoção de um clima de abertura e transparência de todas as instituições que vinham do anterior regime, e no seu papel na institucionalização do novo regime, não obstante isso, a Igreja Católica vinha desenvolvendo no seu interior um grande processo de abertura à sociedade e renovação que vinha de mais longe.
Tentando ser sucinto: a Igreja nos anos 50, 60 e 70 do século passado dispôs de uma plêiade de sacerdotes, religiosos e leigos notáveis e realizou diversas iniciativas que muito influíram no ambiente geral, na cultura, na educação e na sua própria renovação. Sobretudo não esquecendo o Concílio Vaticano II que começou a ser pensado em 1959 e veio a terminar em 8 de Dezembro de 1965, com a publicação de documentos notáveis sobre a vida cristã e a sociedade contemporânea. Não esqueçamos a célebre palavra do Papa João XXIII, “aggiornamento” que é o conceito de renovação e actualização da Igreja.
No segundo daqueles artigos, no “Público”, gostava de acrescentar algo mais aos requisitos que o autor recomenda, ao Partido Socialista que se perfila como alternativa para um futuro governo. Assim as minhas sugestões são as seguintes, a seguir indicadas, que não são mais do que as grandes preocupações sentidas por todos:
- Como pôr em marcha um grande plano de ataque à pobreza e exclusão social, como primeira prioridade do Estado, num ambiente de escassez de recursos, de múltiplas e variadas reivindicações de melhoria, de praticamente todos os sectores da sociedade portuguesa.
- Como harmonizar as despesas do Estado que se pretende social com as receitas que também têm limites que não se devem transpor.
- Como, simultaneamente, ao corte da despesa , se pode proporcionar as condições de desenvolvimento à economia, à cultura, à ciência, investigação e inovação, à economia do mar.