
Errar é humano… e canino também!
Por todo o lado se vê notícias sobre actos de bondade, amor e lealdade de algum cão heróico. O meu coração fica derretido com a quantidade infinita de imagens, todas elas com fotografias lindíssimas de cães, com frases arrebatadoras sobre as características sobre-humanas que eles demonstram… Parece até que vivemos numa cultura de veneração da espécie canina.
Não sei o que nos faz venerar determinadas espécies, mas fico sinceramente contente que a nossa sociedade tenha escolhido o cão… em vez das baratas por exemplo. Contudo, preocupa-me que esta adoração nos iluda relativamente ao que é realmente um cão.
Todas as relações, mesmo entre seres de espécies diferentes, passam por processos, mais ou menos longos, de adaptação. No caso da relação pessoa/cão geralmente assiste-se a um maior ajuste da parte da pessoa (nomeadamente ganhar um bom motivo para passear todos os dias) e à educação (treino) da parte do cão. Quando não é ao contrário claro.
Cá em casa, o processo tem sido maravilhoso. E aqui estou eu, sentada na secretária, com a minha cadela a dormir ao meu lado. Sim. Ela é magnífica! É fiel e boa companheira.
Mas ela é muito mais do que isso! Tem instintos, necessidades, interesses, tem personalidade. Tem até vontade própria! E aqui é que surge a transtorno para alguns novos donos… Porque antes de levar um cão para casa, há que pensar:
Será que quero, acima de tudo e desde o primeiro dia, lealdade incontestável e amor incondicional?
Ou estou disposta a viver com um ser que pode ter gostos e escolhas diferentes das minhas? Que pode acordar mal disposto? Que se aborrece, que se chateia!?
Na verdade este segundo cenário é muito mais interessante. Viver com um cão é um desafio que exige preparação, educação e muito humor para lidar com as aprendizagens que ele, e nós com ele, vamos tendo ao longo da vida.

Além da Trela tem como missão promover uma relação excelente entre donos e os seus cães, com base na confiança, respeito e alegria, através de técnicas positivas de aprendizagem.