
O novo membro da família
Muitos de nós queremos partilhar a nossa vida com um animal de companhia. Mas antes temos que nos perguntar se estamos aptos para o fazer.
Eu li livros, revistas, blogs, vi séries e vídeos na net, aconselhei-me com peritos… preparei-me o mais que pude para receber o novo membro da família.
Mesmo assim o primeiro mês foi arrebatador.
Descobrimos partes da casa e objectos que não imaginávamos que pudessem ser mastigados por uma cadelinha de 5kg, ficámos peritos na limpeza com a esfregona e tornou-se emergente a arrumação para cima do metro de altura. As regras sociais relativizaram ao ridículo, saí de casa até de roupão, às 5 da manhã, à espera do xixi da menina, tanto era a urgência de evitar acidentes e educar a fazer no sítio certo.
O dia inteiro de trabalho, a noitada, o fim-de-semana fora, as férias… tudo ficou posto em causa. Podemos levá-la? Onde a deixamos? Quanto custa? E emocionalmente, será que queremos fazer isso?
São milhares os cães que são devolvidos em menos de um mês de adopção. Não é uma decisão para se fazer no momento em que nos derretemos ao ver um cachorrinho lindo numa foto, numa loja ou num canil. É algo que tem que ser planeado e pensado.
O próprio sítio onde vamos buscar o animal é de extrema importância. Há muitos bebés que são vendidos em lojas ou falsos criadores que vieram de autênticas fábricas de cães e cadelas, enjauladas em cubículos, com o único fim de procriarem cachorrinhos a ser vendidos como objectos. Ao comprar numa loja estamos a fomentar que este abuso continue.
Passando esta imagem arrepiante, pensemos no porquê de adoptar um animal. Ora, aqui é que nos derretemos em memórias deliciosas! São seres cheios de amor, compaixão, são brincalhões e adaptam-se muitíssimo bem ao nosso dia-a-dia. São uma excelente companhia! Para alguns, uma casa não está completa sem um animal de companhia. Para mim são membros da família e companheiros para todo o lado.
E entre cão e gato, qual será mais adequado? Os dois são animais que se ligam à sua família humana como se fossem da mesma espécie. Os cães têm uma expressão mais parecida com a nossa e decifram-nos melhor que os gatos. Assim, a comunicação com eles por vezes é mais fácil que com os gatos. Ambos são animais de hábitos. Rotina é para se cumprir. Se à hora da refeição ainda estamos metidos na cama, eles vão lá reclamar. Os cães exigem de nós mais esforço físico como passear várias vezes ao dia e não aguentam tão bem a ausência dos donos. Seja qual for o animal que levamos para nossa casa, ele vai adoptar-nos como sendo da sua família e esta é uma responsabilidade para a vida.
Com o verão, infelizmente, há muitos cães e gatos que são abandonados. Se estiver a pensar alargar a sua família para um membro de quatro patas, lembre-se deles. Além de todas as maravilhas que há em ter um animal de companhia, se adoptar, há ainda a gratidão que eles sentem por lhes ser dado um tecto e uma família para sempre.
Nota: Existem treinadores e membros experientes de associações que podem ajudar a encontrar o cão que mais se adequa ao seu estilo de vida.
Importante: O aspecto físico não é indicador da personalidade! Através de testes de temperamento é possível escolher o cão que tem uma personalidade mais parecida com a sua.
Sites para adopção:
www.ocantinhodamilu.com
www.animaisderua.org
www.uniaozoofila.org
www.adopta-me.org
www.liveloveandcare.org
www.cm-lisboa.pt/viver/animais-de-companhia/casa-dos-animais-de-lisboa
www.focinhosebigodes.blogs.sapo.pt
www.azp.pt
Margarida Meira